quinta-feira, 30 de outubro de 2008

MISÉRIA: POR QUE AINDA EXISTE?

Atualmente, quando se analisa a modernidade tecnológica, há tantas coisas fascinantes, as quais levam a crer que a solução de todos os problemas humanos é apenas questão de tempo. E deveria mesmo ser assim, não fosse a má-vontade latente, comum aos líderes políticos e empresariais.

Antes do século XX, por limitações técnicas, a miséria era condição quase natural à maioria dos seres humanos. A produção de alimentos não tinha como satisfazer a demanda: intempéries, guerras, pouco conhecimento das técnicas de plantio, baixa efetividade dos instrumentos, entre outros fatores, garantiam oferta muito aquém da necessária.

Além disso, existia pouco interesse em gerar grandes estoques de alimentos; seja porque as cidades eram muito distantes umas das outras, numa época de transportes limitados (o que prejudicava o comércio); seja porque a armazenagem e a conservação eram difíceis. Tudo garantindo a quase total inexistência do ‘excedente’; com raras exceções, o consumo estava restrito ao que se gerava localmente.

De modo significativo, esse cenário começou a mudar em fins da Idade Média (com o ‘período das grandes navegações’), quando a tecnologia naval nascida na Escola de Sagres (somada à escravidão e à brutal conquista da América) possibilitou, aos europeus, fartura até então inédita.

Contudo, se a riqueza tinha nova configuração, a miséria também ganhara outra face: à tradicional pobreza rural, juntou-se a miséria urbana. Com a Revolução Industrial, a produção estava maior e diversificada, mas seu custo era elevado e alcançava níveis ainda muito abaixo da demanda.

No século XX, marcado por duas grandes guerras (que levaram a miséria ao extremo), ocorreram duas importantes mudanças: primeiro, a supremacia do Direito sobre as demais atividades; segundo, o vasto e avançado conhecimento tecnológico.

Em algumas nações, o Direito gerou aspectos paternalisas que permitiram a elevação da qualidade de vida de parte da população. Já os avanços tecnológicos afetaram positivamente os transportes, a agricultura e a indústria, especialmente no que tange ao manuseio, armazenamento e conservação dos bens perecíveis.

Por esses e outros fatores, o século XXI se inicia tendo, como principal característica, expressiva expansão da oferta de produtos, com destaque para alimentos, eletrônicos, telecomunicações e automotivos.

Segundo relatório da ONU (2001), a oferta de alimentos chega a ser quase o triplo da demanda, propiciando – em alguns países – formação de grandes estoques e queda dos preços médios. No entanto, persiste a miséria.

Se é verdade que, nos 15 principais países mais industrializados, a classe média cresceu; nas demais nações isso não se verifica. Em sua quase totalidade, África, Ásia, América Central e América do Sul ainda possuem grandes contingentes de famílias que vivem abaixo da linha de pobreza.

Vive ‘abaixo da linha de pobreza’ quem não tem acesso ao consumo básico de alimentos, educação elementar, condições sanitárias mínimas ou serviços de saúde apropriados; e que, no longo prazo, não possui perspectiva de melhorias sociais. Praticamente metade do planeta vive nessas condições.

Ora, mas se existem países cujos cidadãos vivem modernidade sem igual, com casas abarrotadas de eletrônicos, com veículos avançados, adentrando a cultura do luxo; como imaginar que, nesse mesmo mundo, existam ainda bilhões de pessoas cujo único objetivo seja conseguir algum alimento?

Se parte do mundo desenvolve armamentos cada vez mais avançados, envia gigantescos telescópios pelo Cosmo; como pode haver outra parte que sequer tem acesso à água potável?

Somente a má-vontade política e empresarial, endossada pela postura passiva que nós – a maioria – comodamente assumimos, pode explicar isso. Não há argumento lógico para tamanha disparidade socioeconômica.

Que algum percentual de pobreza exista, até se pode entender. O inaceitável, porém, é o nível absurdo a que chegou, bem como o volume de pessoas que atinge, tudo isso com o aval dos países industrializados, que se limitam a ações paliativas de curtíssimo prazo, mas que, de fato, nada fazem para buscar soluções definitivas para a miséria no mundo.

Este texto integra a proposta do “Blog Action Day 2008”, cujo objetivo é discutir, por meio de ‘blogagem coletiva’, a ‘pobreza’ e a ‘indigência’ no mundo, para que se reflita melhor tais questões. Apresento, ainda, outra abordagem do mesmo tema e para o mesmo propósito no blog ‘Gritos Verticais’, na forma de poema.

Fonte: http://docedefel.wordpress.com/2008/10/14/miseria-por-que-ainda-existe/

http://blogactionday.org/

....

Deixei esse comentário para o André do blog Doce Fel, quero compartilhar com todos voces...

Oi, André, 

adorei esse testo, tudo a ver com meus propósitos de vida, enquanto budista luto pela paz mundial, onde se inclui acabar com misérias e injustiças, pertenço a ong BSGI... do budismo de Nitiren Daishonin ... 

O desejo desse buda, tambem designado como buda original, era a paz mundial e a harmonia entre os homens, para acançar a felicidade, ele nos ensinou , com seus escritos, a entendermos a era atual, a forma de praticar o budismo, de acordo com o Sutra de lotus do buda Sakyamuni ou Sidarta Gautama... 

Hj somos mais de 10 milhoes de membros na ong SGI... espalhado em 200 países...

Então peguei esse texto e o coloquei no meu blog
http://portalcidadania.blogspot.com/
citando as fontes, é claro... 

Escolhi esse teu blog para dizer que fiz lista de blog LITERATURA em meu blog 

http://sonialotusblogsblogger.blogspot.com/

ao pé da página, achei melhor ir setorizando, rsrs... 

continuarei inserindo seus blogs, bom que assim te visito e vou te lendo... parabens!

Fiquei super feliz em ver sua lista de meus blogs, rsrs... me senti, cara, muito massa mesmo! Obrigada... um dia vou escrever como vc.... expor minha idéias... ainda me sinto bloqueada... mas to me exercitando e chego lá... faço bem isso em emails, aí eu solto o verbo, rs... mas nos blogs ainda sou tímida.... estou me treinando e voce tá me sendo uma boa inspiraçao e incentivo, como nao deixar de ser-lhe grata infinitamente?

Aproveito aqui para deixar duas comus minhas no orkut sobre esse budismo, ok?

Comu: Escritos: Buda Nitiren*cartas
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=21674127

Comu; Pres. Ikeda: Abraçando Sensei
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=8533416

Ikeda sensei foi o cara que trouxe esse budismo para fora do Japao, há mais de 40 anos ele é o presidente da ong SGI, para ele só falta o premio nobel da paz, super homenageado no mundo todo...

Abraços e boa sorte sempre!


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Cacique Seattle

"A terra não pertence ao homem; é o homem que pertence à terra. Disto temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará". Trecho da carta do Cacique Seattle ao Presidente dos EUA em 1855.

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